CinePsi: Parasita

CinePsi: Parasita


🚨 Alerta de spoiler❗️
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🦠 Parasita: “organismo que vive de e em outro organismo, dele obtendo alimento e, não raro, causando-lhe dano” ou, pejorativamente, “indivíduo que vive à custa alheia por pura exploração ou preguiça”. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
➡️ O que faz uma família se passar por quem não é e sustentar o que não é seu? O que faria você abrir mão da sua própria identidade? (É possível?) Seria por necessidade, sobrevivência, dinheiro? Seria uma identidade da qual se envergonharia e pela qual não haveria espaço pra lutar por quem se é? E quando escondemos essa identidade e ela se torna o escondido que volta? Será que é sustentável? O reprimido, não encontrando espaço pra manifestação, sempre volta e acaba gerando transtornos irremediáveis. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Comecei com a definição de parasita porque, apesar de identificarmos de cara “quem é” parasita na história, fiquei com a sensação de que existia algo mais. O filme começa com a família Kim reclamando do vizinho que mudou a senha do wifi. Vamos vendo que a família sempre arranja formas de se valer de algo/alguém pra subsistir, até montar um esquema pra trabalhar para os Park, família que está no oposto da luta de classes.
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Podemos nos perguntar quem parasita quem nessa luta entre ricos e pobres. Os Park moram numa mansão projetada por um arquiteto famoso e nada lhes falta, já os Kim moram em uma casa no subsolo (abaixo dos ricos), recebem uma mixaria pra fechar caixas de pizza, “parasitam” a internet e apresentam um “cheiro próprio”. O dinheiro (luta de classes) é ponto central quando nos questionamos sobre esse parasita, onde uns (ricos) exploram outros (pobres) e, no filme, estes causam danos aos ricos. Quem parasita quem? O personagem Min por vezes fala “Isso é tão metafórico!” pra relacionar sua vida com a dos Park e, aí, percebemos a esperteza do diretor Bong Joon-Hu em nos jogar na cara tantas metáforas que nós, presos na nossa classe, não nos damos conta. A cena mais marcante foi de quando uma chuva destruiu tudo do pouco que os Kim tinham e a senhora Park comemora por a chuva ter “limpado o céu”. Quantas vezes não pensamos exatamente a mesma coisa?!

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